Qual o valor de um livro?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Jornalista, advogado, empresário fundador da Metal Leve, bibliófilo, editor, escritor e imortal eleito para a cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras. Esse é José Mindlin.
  
Aos 13 anos José Mindlin cursava o ginásio em São Paulo e aproveitava as tardes de folga para ir ao centro da cidade visitar os sebos. Ali aprendeu a barganhar com os livreiros ao descobrir que eles, além de não se informarem, não tinham a mínima idéia do valor de um livro raro ou antigo. Para não pedir dinheiro aos pais para livros que não fossem os de estudo, o garoto comprava barato em um sebo e vendia em outro. Vendia, não! Pedia o valor em crédito para que pudesse adquirir dessa forma novos títulos. “Havia livreiros que vendiam por 5 ou 10 mil réis o que outros vendiam por 20, 30 e até 50 mil réis. E estes por sua vez vendiam por 5 o que os primeiros vendiam por 30 ou 40. Então eu comprava o livro dos baratos e levava para o dos livros caros e dizia: ‘vou deixar em consignação e não quero ver dinheiro, tire sua comissão e me credite o produto’. Depois de poucos meses eu tinha crédito em todos os sebos. Eu comprava sem desembolsar nada!”, conta divertido.


“Não sou escravo do livro. Quando o preço é exagerado, digo ao livreiro: ‘ Olha, vivi muito feliz sem este livro até agora, posso continuar sem ele”
 
Diálogo Médico Janeiro/Fevereiro 2007




 “Acabar com a paciência de José Mindlin não é tarefa das mais fáceis. Sujeito de extrema cordialidade gosta mais de ouvir do que falar. Se alguém retruca um de seus comentários, ele se aproxima do rosto do interlocutor e levanta as sobrancelhas. Logo abre um sorriso. Sem que se dê conta, já foram duas horas de conversa sobre sua atividade empresarial. E ele se sente terrivelmente incomodado por não conseguir explicar o que é um pistão - peça que sua indústria chegou a exportar para mais de 50 países. "Acho que você já tem material suficiente sobre a empresa Metal Leve, não é?", pergunta acanhado ao repórter, em tom de apelo, esperando um ar de aprovação para que possa falar sobre sua biblioteca particular - a maior da América Latina, com 30 mil volumes, grande parte raríssima”.
 
Texto original clique aqui




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